P Schlottmann, C Acosta, AA Alezzandrini, J Bafalluy, L Biccas, Hidalgo Cano, FM Damico, G Dib, J Fromow-Guerra, R Jorge, D Lavinsky, V Morales-Canton, JA Roca, ME Farah Pan Am J Ophthalmol 2014, 13:44 (1 October 2014)
Resumo
Objetivo: Oferecer recomendações e orientação baseadas em evidências para o tratamento da retinopatia diabética (RD) e do edema macular diabético (EMD) conforme a evidência clínica publicada recentemente e a experiência clínica.
Métodos: Foi realizada pesquisa bibliográfica nos bancos de dados PubMed e Cochrane utilizando os termos “edema macular diabético” ou “retinopatia diabética” para identificar os estudos publicados de janeiro de 2008 a novembro de 2013. Posteriormente, procedeu-se pesquisa manual das referências citadas em artigos selecionados, publicados em periódicos científicos especializados. As referências identificadas nessas pesquisas bibliográficas foram revistas e apresentadas pelos membros de uma comissão de peritos em EMD na América Latina a todo o grupo durante o encontro de consenso, de dois dias de duração. Durante a reunião, os especialistas formularam recomendações levando em conta as vantagens, os riscos e os efeitos adversos das intervenções para a saúde. Níveis de evidência foram atribuídos às referências utilizadas para apoiar as recomendações com base no sistema de classificação de evidências SORT (Strength of Recommendation Taxonomy) referente à força da recomendação.
Resultados: Foram formuladas 31 recomendações de consenso. Entre elas, a recomendação do controle glicêmico precoce em pacientes diabéticos para reduzir o risco de evolução da doença ocular. O grupo de especialistas também recomendou a coleta de dados epidemiológicos para definir melhor a prevalência da RD e do EMD na América Latina e definir algoritmos para o manejo e tratamento nos vários estágios da doença. Foi destacada a necessidade da triagem precoce e o desenvolvimento da infraestrutura para garantir aos que precisam um acompanhamento e tratamento adequados. Para avaliar adequadamente a evolução da doença e a resposta ao tratamento faz-se necessário realizar uma angiografia de fluorescência (AF) e uma tomografia de coerência óptica (TCO). Com base em evidências de alto nível, recomendamos ranibizumabe como o padrão-ouro para o tratamento do EMD e a fotocoagulação panretiniana (FPR) com o padrão-ouro para a RD proliferativa. A vitrectomia deve ser considerada na presença de tração macular ou se o edema não responder à farmacoterapia. Como os esteroides intravítreos dão lugar a uma redução do edema, eles podem ser utilizados para melhorar os efeitos de outros tratamentos, bem como em olhos pseudofácicos. Finalmente, ao selecionar um tratamento para a RD ou o EMD, é de especial importância considerar o estado de saúde geral do paciente.
Conclusão: Embora essas diretrizes não pretendam substituir a decisão clínica profissional individual, elas devem ajudar a otimizar o tratamento do EMD na América Latina e garantir que os pacientes recebam a melhor atenção disponível e de maneira oportuna.
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